por José Vítor Malheiros
Texto de Opinião incluído no Destaque do jornal Público de 3 de Outubro de 2011
Não vale a pena preocuparmo-nos demasiado com as plataformas que o jornalismo vai usar no futuro.
Ou melhor: é indispensável acompanhar o desenvolvimento de novos dispositivos e novas tecnologias, experimentar os mais promissores, dialogar com os utilizadores, explorar as novas capacidades narrativas das novas tecnologias, formar os jornalistas para que possam tirar o melhor partido das novas ferramentas, explorar o novo jornalismo que elas permitem, do trabalho colaborativo à integração de dados em tempo real, etc.
Mas o fundamental não é isso. O fundamental no jornalismo é aquilo que só o jornalismo faz. Podemos chamar-lhe factor de diferenciação, vantagem comparativa, activos únicos, unique selling proposition mas a questão resume-se a isto: as pessoas continuam a querer informação rigorosa e credível, autores responsáveis, investigação independente, fiscalização dos poderes, boas histórias, boas reportagens, boas fotos, boas análises. Se o jornalismo lhes der isso, será possível encontrar uma forma de rentabilizar o produto. Se o jornalismo não conseguir dar isso ao público, não há gadget nem redução de custos que lhe valha. Ninguém vai pagar para ter um produto pior e menos útil que aqueles a que se acede de borla.
E há muita informação excelente de borla. O jornalismo terá apenas de ser melhor. Diferente. E de compreender que, naquilo que fizer, tem de ser melhor que TUDO o que há na Internet. Global quer dizer isso.
Uma coisa que parece segura é que o futuro vai ser plural. O modelo único de negócio dos jornais desapareceu. Vai haver jornais em papel que se tornarão apenas digitais. Outros que se manterão a vender papel. Vai haver bizarrices. Híbridos. Fontes de financiamento diversificadas. Projectos semi-profissionais. Coisas temáticas. Haverá jornais que aderirão às novas tecnologias para contar as suas histórias. Outras que vão continuar a usar apenas texto. E essas só estarão condenadas se os textos forem maus.
O jornalismo só sobreviverá se o for realmente. E se não for, que morra. Alguma coisa aparecerá.
Ou melhor: é indispensável acompanhar o desenvolvimento de novos dispositivos e novas tecnologias, experimentar os mais promissores, dialogar com os utilizadores, explorar as novas capacidades narrativas das novas tecnologias, formar os jornalistas para que possam tirar o melhor partido das novas ferramentas, explorar o novo jornalismo que elas permitem, do trabalho colaborativo à integração de dados em tempo real, etc.
Mas o fundamental não é isso. O fundamental no jornalismo é aquilo que só o jornalismo faz. Podemos chamar-lhe factor de diferenciação, vantagem comparativa, activos únicos, unique selling proposition mas a questão resume-se a isto: as pessoas continuam a querer informação rigorosa e credível, autores responsáveis, investigação independente, fiscalização dos poderes, boas histórias, boas reportagens, boas fotos, boas análises. Se o jornalismo lhes der isso, será possível encontrar uma forma de rentabilizar o produto. Se o jornalismo não conseguir dar isso ao público, não há gadget nem redução de custos que lhe valha. Ninguém vai pagar para ter um produto pior e menos útil que aqueles a que se acede de borla.
E há muita informação excelente de borla. O jornalismo terá apenas de ser melhor. Diferente. E de compreender que, naquilo que fizer, tem de ser melhor que TUDO o que há na Internet. Global quer dizer isso.
Uma coisa que parece segura é que o futuro vai ser plural. O modelo único de negócio dos jornais desapareceu. Vai haver jornais em papel que se tornarão apenas digitais. Outros que se manterão a vender papel. Vai haver bizarrices. Híbridos. Fontes de financiamento diversificadas. Projectos semi-profissionais. Coisas temáticas. Haverá jornais que aderirão às novas tecnologias para contar as suas histórias. Outras que vão continuar a usar apenas texto. E essas só estarão condenadas se os textos forem maus.
O jornalismo só sobreviverá se o for realmente. E se não for, que morra. Alguma coisa aparecerá.
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