domingo, maio 06, 2007

Os interrogatórios que permitiram localizar Zarqawi

“The Ploy”, por Mark Bowden, publicado no número de Maio de 2007 de "The Atantic Monthly", é um interessante artigo cujo objectivo parece consistir em mostrar como as equipas americanas que fazem os interrogatórios aos prisioneiros no Iraque (e noutros locais) são sumamente competentes, organizadas como um perfeito mecanismo de relojoaria, reunindo um extraordinário leque de competências encarnado pela fina-flor das Forças Especiais, dos serviços de informação e da sociedade civil (através das inúmeras empresas subcontratadas pelo Departamento de Defesa) e como conseguem chegar às informações que querem sem recorrer à tortura.
Na realidade, porém, a ideia que é transmitida neste trabalho de investigação jornalística é algo diferente: o elemento da Task Force 145 cujo interrogatório levou à localização de Abu Musab al-Zarqawi, conseguiu essa proeza desobedecendo sistematicamente, ao longo de vários dias, a ordens directas para abandonar o interrogatório de um dado prisioneiro; a rivalidade entre as várias equipas de interrogadores deu origem a inúmeros conflitos que estão muito longe do profissionalismo esperado de profissionais deste calibre; não se entende a racionalidade que possa estar por trás de certas ordens das chefias; a informação de base sobre o Iraque recebida pelos interrogadores antes de estes serem enviados para o teatro de operações é de uma superficialidade confrangedora, etc.

Post de José Vítor Malheiros publicado no blog "Em Revista", do jornal Público, em 6 de Maio 2007: http://em-revista.blogspot.pt/2007/05/os-interrogatrios-que-permitiram.html

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